Itamargarethe Corrêa Lima, jornalista, radialista e advogada, pós-graduada em Direito Tributário, Penal e Processo Penal, pós-graduanda em Direito Civil, Processo Civil e Docência do Ensino Superior.
Estamos aqui para mais um encontro, cujo objetivo, assim como os demais, é disseminar informações reflexivas que possam ajudar pessoas que, neste momento, pelas mais diversas razões, encontram-se atormentadas. Hoje iremos falar sobre a bondade, tendo como foco a coletividade.
Ser bom para o sangue do meu sangue é fácil, contudo é preciso que possamos entender que não basta que sejamos assim como os nossos ascendentes, descendentes ou colaterais e, sim, indistintamente, exercitando os ensinamentos mais importantes que nos foram repassados desde os primórdios.
A bondade é o encadeamento natural e o caminho para exercitar aquilo a que nos propomos é norteado por diretrizes fincadas tomando como base nossas ancestralidades, as quais se moldam consoante as novas temáticas que balizam o mundo.
É importante não esquecer que o limiar de toda essa engrenagem se concretiza com os ensinamentos do Criador, formado na lei do amor, da justiça e da caridade. Por isso muitas missões que se rotulam de bondade e beneficência em prol do próximo fracassam, sabes por quê?
Por que servir a Cristo não nos permite colocar as nossas imperfeições ou defeitos íntimos internos à frente do que de fato precisa ser feito. As criaturas humanas mostram a intenção de fortalecer as fileiras do trabalho pautado no amor e solidariedade, todavia, no desenrolar da missão, infelizmente, acabam querendo impor as próprias vontades.
E aí surge uma pergunta: se foste atraído pelo magnetismo de ajudar o próximo, o que te faz pensar que o teu querer pode se sobrepor à obra? Mais questionamentos necessitam de respostas: por que vieste participar? Queres laborar? Afeiçoaste a tal propósito e agora queres mudar?
Os seres humanos esquecem que tudo erguido em nome de Deus, inserido dentro do contexto da justiça, do amor e da benevolência, será mantido, ou seja, nenhuma planta que o pai não tenha plantado poderá ser mantida. É por isso que muitas obras profissionais, filantrópicas ou de caridade fracassam, pois começam com o propósito divino, mas depois as criaturas começam a mercadejar segundo os próprios interesses, modificando-as, adaptando as próprias imperfeições, fazendo com que os seres olvidem da generosidade, porque o seu simples exercício nunca é o bastante.
E quando ocorre esse afastamento, sofremos, porque experimentamos algo que não é divino: a dor de uma consciência aturdida, por isso precisamos ter ciência que essa responsabilidade de laurear palavras a ouvidos moucos ou a línguas hirtas requer prudência e recato.
Não podemos nos predispor a realizar um trabalho de tão grande envergadura, de fazermos o bem para o próximo, e mudarmos as regras no meio do caminho, seja de que maneira for. Importante sempre lembrarmos que a difusão do pensamento verdadeiro e esclarecedor é fundamental.
A bem da verdade, não é necessário que as pessoas tenham religião, apenas que compreendam a realidade de destinação à felicidade, para que possam destruir dentro de si a ideia fixa de que tudo se inicia e se encerra na carne. A ausência de um porvir causa um frisson àqueles imediatistas que assim vão viver de maneira alucinada sem respeitar o amanhã, desresponsabilizando-se por ações que tenham cometido.
A nossa intenção, através das palavras, é alertar e esclarecer para essa realidade materialista da idolatria do eu, contudo, mesmo que não consigamos, o simples fato de lançar a semente do bem já está valendo, pois não podemos desprezar que cada um irá absorver tais informações consoante ao grau de evolução moral em que nos encontramos.
Os que agora aprendem as letras, ao ler uma frase interpretarão de um jeito, os mais habilidosos de outra forma, e assim sucessivamente. Então tudo depende dos estágios de compreensão de cada um, que sabemos o quanto são distintos.
Quando tivermos o discernimento necessário, iremos entender que o juízo final não se anunciará com trombetas. As criaturas precisam ter consciência de um novo processo de aprendizagem, crendo na vida além da matéria para que possam compreender de fato o que é a caridade e o amor.
A caridade é um exercício diário de compreensão e dentro dessa engrenagem, o meu papel, através da escrita, é disseminar a informação, lembrando que tudo isso precisa servir primeiro para mim e depois para os outros. O altruísmo necessita ser exercitado.
Não precisamos, apenas, mostrar que somos bons, devemos internacionalizar a bondade e compreendê-la na acepção da palavra. Não podemos ser caridosos só quando nos convém e, se assim fazemos, colocamos os nossos desejos acima dos interesses de Cristo.
Existem responsabilidades que são intransferíveis, a de nos melhorarmos é uma delas. Essa ninguém poderá realizar por nós. O Criador desejou que sejamos os próprios manufaturadores dos méritos e os responsáveis pelos nossos fracassos, justamente para que não pudéssemos culpar nenhum indivíduo e nem vangloriar alguém por isso ou aquilo.
Ser caridoso é uma tarefa pessoal e intransferível. O trabalho de melhoramento de cada um é responsabilidade individual. É essa que levaremos como herança, que amealhamos durante a existência na vida terrena.
São os valores preciosos que as traças não conseguiram roer, nem a ferrugem consumirá. Hoje ficamos por aqui. Semana que vem nos encontraremos.
Até breve!!