A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras deve votar nesta terça-feira (22) a quebra do sigilo bancário e fiscal da 123Milhas, empresa de venda de pacotes de viagens a baixo custo. O requerimento foi apresentado pelo relator da comissão, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), que suspeita de crime ligado à pirâmide financeira.
A 123Milhas suspendeu no fim de semana a venda de passagens na modalidade “Promo”, que disponibilizava preços abaixo do mercado. Segundo a empresa, os altos juros e alta na procura por passagens aéreas afetaram o caixa e provocou um rombo financeiro na agência.
A CPI pretende descobrir o caminho do dinheiro da 123Milhas, além de fiscalizar as transações financeiras feitas pela companhia nos últimos anos.
“Precisamos saber a origem do dinheiro, o destino, as transações financeiras da empresa e seus sócios para apurar como pirâmide financeira”, afirmou Ricardo.
A empresa cancelou as passagens compradas para viagens marcadas entre setembro e dezembro deste ano. Em nota, a 123Milhas afirmou que irá ressarcir os consumidores com um voucher no valor da passagem acrescido 150% do CDI. Não há informações sobre a devolução dos valores em dinheiro.
“A empresa quer ressarcir os usuários com voucher, mas é preciso ressarcir com o dinheiro pago. Com essa quebra de sigilo teremos uma noção melhor da saúde financeira da empresa para os ressarcimentos”, concluiu o deputado.
Nesta segunda-feira (21), o Procon-SP notificou a 123Milhas por conta do cancelamento das passagens aéreas. O órgão ainda pediu informações sobre a quantidade de consumidores atingidos, a forma como está sendo feito o atendimento a eles e quais opções foram oferecidas além dos vouchers. Os Procons do Rio de Janeiro e Pernambuco também solicitaram os esclarecimentos.
Além dos órgãos, os ministérios do Turismo e da Justiça abriram uma investigação para apurar a conduta da 123Milhas.