Uma nova variante do coronavírus, identificada na Índia, chamou a atenção dos cientistas. Segundo a Associated Press, a variante — chamada BA.2.75 — pode se espalhar rapidamente e contornar a imunidade de vacinas e infecções anteriores, fato que causa preocupação. Não está claro se pode causar doenças mais graves do que outras variantes da ômicron, incluindo a proeminente BA.5.
A última mutação foi vista em vários estados distantes da Índia e parece estar se espalhando mais rápido do que outras variantes lá, disse à AP Lipi Thukral, cientista do Conselho de Pesquisa Científica e Industrial do Instituto de Genômica e Biologia Integrativa em Nova Délhi.
Também foi detectado em cerca de dez outros países, incluindo Austrália, Alemanha, Reino Unido e Canadá. Dois casos foram identificados recentemente na costa oeste dos Estados Unidos, e um terceiro caso nos EUA na semana passada foi identificado.
Até o momento, não há relato de sintomas específicos para essa variante, como ocorreu em outros casos. O que se sabe, de acordo com relato dos especialistas, é que a maior parte das pessoas infectadas fica assintomática ou tem sintomas leves, muito em decorrência da vacinação. Coriza, febre e cansaço são os principais sintomas. A perda de olfato e paladar, muito comum no começo da pandemia, não é mais tão predominante com esta variante.
A população mais vulnerável a esta variante continua sendo a idosa, em especial acima dos 60 anos, e que tenham alguma doença pré-existente. Ainda segundo as autoridades de saúde da Índia, onde a maior parte dos casos foi relatada, a forma grave da covid-19 é muito menor do que antes, e os sintomas leves duram de dois a três dias para sumirem.
Surgimento de variantes
Delta, gama e agora subvariantes da ômicron. Na pandemia, pode ser difícil acompanhar e entender o que são as cepas da covid-19 e por que elas continuam aparecendo.
Nesta última semana, a identificada da vez foi a XE, uma sublinhagem da ômicron que parece ser a combinação dela mesma com a BA.2, já registrada anteriormente como uma versão mais transmíssivel da cepa.
Por isso, é preciso cautela e esperar as informações oficiais da OMS ou outras agências de saúde. Entenda as diferenças entre a ômicron e suas subvariantes:
XE
Identificada pela primeira vez no Reino Unido em 19 de janeiro, a XE é uma cepa recombinante que mistura o material genético da BA.1 (ômicron) e a BA.2, subvariante da ômicron.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ela pode ser cerca de 10% mais transmissível do que a BA.2. Porém, ainda é necessário descobrir se ela é mais contagiosa ou se provoca sintomas mais graves.
Ainda não há informações sobre a eficácia das vacinas contra a XE. Ao todo, mais de 700 casos foram registrados no Reino Unido entre 19 de janeiro e 22 de março. Um caso foi confirmado nesta quinta-feira, 7, no Brasil.