“ A soberba precede a ruína e a altivez, a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos que repartir os despojos” (Provérbios 16:18-19)
Salomão foi sem dúvida o homem mais rico e poderoso descrito no antigo testamento. No livro de provérbios, ele fala sobre os perigos da soberba que cega o entendimento e derruba os poderosos. Quase três mil anos se passaram e essa sabedoria permanece atual, em Paço do Lumiar, uma história que exemplifica essa reflexão parece voltar a se repetir.
Em 2020, Paula Azevedo(PCdoB) era candidata à reeleição contra o empresário Fred Campos(PSB) e logo na pré-campanha, a agricultora testemunhava aliados deixando seu grupo e o adversário se fortalecendo. O final da história parecia claro para os oportunistas e aos menos atentos.
Com muito dinheiro, o empresário criava sua bolha imaginária, fazia muito barulho e prometia mundos e fundos para seduzir adversários, no entanto, a soberba e a superficialidade de Fred Campos contribuíram para o seu fracasso fragoroso diante da simplicidade e projeto político conciliador de Paula Azevedo, eleita com 25.045 votos válidos.
Em 2024, quem recebe a confiança da prefeita para sua sucessão é o presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Jorge Marú(SD), e o contexto da disputa é o mesmo. Adversários batem no peito e pressionam lideranças a deixar o apoio ao vereador para seguir Campos.
Mesmo assim, a estratégia desgastada do empresário já começa a acender o barril de pólvora que detonou os seus planos a quatro anos atrás. Com a ajuda de forasteiros ele tenta desarticular as bases partidárias municipais, arrasta lideranças mas sofre com a rejeição popular, fato nitidamente percebido durante a inauguração da Praça de Alimentação do Maiobão, em abril, quando Fred foi vaiado por populares na presença do governador Carlos Brandão, provando que há uma grande diferença entre a realidade e a fantasia que o empresário tenta criar em suas redes sociais.
Enquanto Fred quer demonstrar a familiaridade que não tem com os costumes do povo simples, Jorge Marú é reconhecido não apenas pelo trabalho no parlamento, como também por sua vivência e valorização da cultura popular, um contraponto que se mostra ainda mais gritante quando o assunto são projetos de governo.
Campos acredita que sua mega construtora e os contratos milionários com o estado são suficientes para resolver os problemas do município, como se a solução destes se resumisse a asfalto e bloquetes. Jorge Marú, por sua vez, enxerga Paço do Lumiar como uma cidade de potencial turístico e também acredita no fomento à indústria, sem deixar de lado a valorização da agricultura familiar.
Gradativamente a população vai conhecendo seus pré-candidatos e mais uma vez, o abismo entre a humildade e a soberba deve ser o fiel dessa balança, que assombra o empresário e talvez por isso, ele tenta demonstrar proximidade com uma realidade que nunca viveu, para tentar convencer um povo que de fato ele não conhece e por isso, sua soberba mais uma vez pode ser a causa da sua ruína.