COB se pronuncia sobre caso da nadadora Ana Carolina Vieira, expulsa dos Jogos de Paris-2024

O COB emitiu, na manhã desta terça-feira, uma nota oficial sobre o caso da brasileira Ana Carolina Vieira, expulsa da delegação de natação nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. O Comitê afirma que prestou todo apoio à atleta e negou que ela tenha sido impedida de contactar sua mãe, pegar água e arrumar suas malas.

Após ter sido desligada da delegação brasileira de natação, Ana Carolina Vieira publicou um desabafo nas redes sociais, onde afirmou que teve de deixar a Vila Olímpica sem arrumar direito as malas e sem contato com ninguém. Esse acontecimento, no entanto, foi negado pelo COB, que deixou claro que prezou pelo respeito, atenção e cuidado à atleta.

Em relação à denúncia de assédio feita pela brasileira, o Comitê afirmou que não comentará sobre o assunto, no momento, já que não possui nenhuma relação com o ocorrido nos Jogos Olímpicos de Paris. Contudo, o COB informou que não existem denúncias pendentes referentes a atletas ou membros do corpo técnico da natação vinculados à CBDA.

Veja a nota oficial do COB

“Durante o desligamento da nadadora Ana Carolina Vieira da delegação, a atuação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi pautada, como de costume, pelo respeito, atenção e cuidado à atleta em razão do momento delicado pelo que ela passava.

Ao longo de todo o processo, Ana Carolina Vieira esteve acompanhada da Oficial de Salvaguarda e líder do Esporte Seguro da Missão brasileira em Paris, que lhe prestou apoio. A atleta falou com a mãe, com o psicólogo da delegação, arrumou suas malas e teve acesso irrestrito a alimentação e hidratação antes de se dirigir ao aeroporto.

Eventuais fatos que tenham sido objeto de denúncia por parte da atleta por meio dos canais de atendimento e apoio do COB não têm qualquer relação com o ocorrido nos Jogos Olímpicos de Paris. Portanto, não serão objeto de comentários por parte do Comitê Olímpico do Brasil, principalmente porque tais denúncias são sigilosas e dependem de averiguação da área de Compliance, que age com total autonomia em relação ao executivo do COB.

É possível informar, contudo, que não existem denúncias pendentes referentes a atletas ou membros do corpo técnico da natação vinculados à CBDA.

O COB reitera que o respeito entre todas as pessoas que atuam em suas Missões é um valor fundamental e norteador das nossas ações. Além disso, o COB acredita que o acolhimento e cuidado com todas as pessoas que integram a Missão, independentemente dos atos praticados e das sanções aplicadas, deve sempre ser assegurado.”

Entenda o caso

Dois atletas da natação brasileira foram punidos no último domingo pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) por atos de indisciplina, no segundo dia de competição dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Ana Carolina Vieira e Gabriel Santos receberam penalidades por deixarem a Vila Olímpica sem autorização durante a noite da última sexta-feira.

Segundo Gustavo Otsuka, chefe da equipe brasileira de natação, os dois atletas foram pegos pelo Comitê Olímpico do Brasil pelas postagens feitas nas redes sociais durante a saída, na última sexta-feira.

— Todos sabem que viemos trabalhar, e trabalhar pelo Brasil, não para passeio de férias, nem para brincar, viemos trabalhar pelo Brasil — disse Gustavo Otsuka, chefe de equipe de natação.

Além do ocorrido, a atleta Ana Carolina contestou decisão técnica tomada pela comissão da Seleção Brasileira de Natação de forma desrespeitosa e agressiva, segundo o Comitê Olímpico do Brasil. Por isso, ela foi desligada da delegação dos Jogos de Paris e retornou ao Brasil.

Após ter sido expulsa da delegação brasileira de natação, Ana Carolina Vieira se pronunciou sobre sua punição, se defendeu da situação e também aproveitou o desabafo para afirmar que já fez uma denúncia de assédio aos canais do COB, mas que nada foi feito.

— Não tive acesso a nada, não consegui falar com ninguém. Ela (a funcionária) me mandou entrar em contato com os canais do COB, mas como vou falar com o COB, sendo que já fiz uma denúncia de assédio dentro da seleção e nada foi resolvido? Assim, espero que vocês consigam se conter um pouco que eu vou falar tudo com os advogados. Prometo falar tudo, mas é isso. Estou bem, estou triste, mas estou com o coração em paz. Sei quem eu sou, sei do meu caráter, sei da minha índole e é isso que me conforta. Espero ainda poder defender a natação brasileira feminina, só peço tempo e um pouco de paciência — finalizou.

Depois do vídeo postado, o Comitê Olímpico Brasileiro abriu uma investigação para apurar o ocorrido. Assim que tiveram ciência do vídeo da atleta, os dirigentes do COB entraram em contato com a sede da entidade no Brasil para checar com o compliance em que pé está essa denúncia e como está o andamento do processo.

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