A antiga estação ferroviária de Codó será palco para o lançamento do livro “Fábrica de tecidos no sertão maranhense: patrimônio industrial não consagrado”, nesta quinta-feira (27).
O livro, desenvolvido pela Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural e arquiteta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Danielle Nogueira Magalhães, é resultado de uma pesquisa sobre as antigas fábricas de tecidos nas cidades de Codó e Caxias. O lançamento, que conta ainda com uma visita técnica à Escola Franscisco Nagib, local que antes funcionava como sede da Fábrica de Tecidos de Codó, faz parte da programação especial do aniversário de 127 anos do munício e foi realizado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Codó.
As fábricas de tecidos implantadas ao final do séc. XIX nas cidades maranhenses de Caxias e Codó foram estudadas com o objetivo de discutir os valores culturais relacionados aos remanescentes das indústrias têxteis que estiveram em atividade, até meados do séc. XX, no sertão do Maranhão. De acordo com a autora, o intuito é demonstrar o significado cultural que possuem e contribuir para a preservação desse legado industrial.
“A documentação e divulgação deste estudo têm como propósito plantar uma semente para o reconhecimento institucional da importância cultural das antigas fábricas de tecidos que existem no interior maranhense”, destacou Danielle Magalhães.
O livro está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo são apresentados conceitos relevantes sobre o tema, os primeiros estudos sobre Patrimônio Industrial e de que forma ocorreu o reconhecimento dos seus valores culturais no Brasil através da atuação do IPHAN. Em seguida, no segundo capítulo, faz-se uma breve contextualização histórica, posicionando internacional e nacionalmente o desenvolvimento da indústria de produção de tecidos; e apresenta-se de maneira geral o parque industrial têxtil implantado no Estado do Maranhão, tratando mais profundamente de três antigos complexos industriais de tecidos cujas edificações fabris ainda permanecem erguidas:
Companhia Industrial Caxiense; Companhia União Caxiense; Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão (CMAM). Os dois primeiros localizados na Cidade de Caxias-MA e o último na Cidade de Codó-MA. Por fim, no terceiro capítulo, são discutidos valores culturais que envolvem essas fábricas, identificados por meio de uma metodologia que abrange registro e análise da memória oral, pesquisa histórica, levantamento e análise de dados sobre técnica e tecnologia, sobre a arquitetura fabril e sua relação com o espaço urbano, compondo uma paisagem industrial.
Ao final do livro, encontram-se disponíveis: uma lista contendo os Bens Industriais já acautelados pelo IPHAN, num total de 52 bens; a transcrição das entrevistas com antigos funcionários fabris; e um inventário contendo o levantamento físico das edificações industriais, fotos e informações de cada uma das fábricas estudadas.
A publicação é fruto da premiação no Concurso Nacional promovido pelo TICCIH – Brasil, o Comitê Internacional de Conservação do Patrimônio Industrial no Brasil (The Internacional Committee for the Conservation of the Industrial Heritage).
Link para download do livro.
Fábricas de tecidos no sertão maranhense: patrimônio industrial não consagrado (unesp.br)
Serviço:
Lançamento do livro Fábrica de tecidos no sertão maranhense: patrimônio industrial não
consagrado
Data: 27/04/2023, às 18h00
Local: Antiga estação ferroviária de Codó